O novo líder dos EUA assumiu há menos de três meses e ordens executivas e plataformas políticas emergentes já garantiram um novo nível de cobertura para publicações comerciais de cosméticos e cuidados pessoais, como a Cosmetics Design.
 
Neste artigo, a Cosmetics Design faz um apanhado geral sobre as primeiras semanas da nova administração e sua correlação com a indústria.
 
 
Custo
 
Mesmo antes de Trump e sua equipe assumirem, os leitores do Cosmetics Design esperavam que os negócios mudassem. Foi elaborada uma pesquisa para os leitores do Cosmetics Design e os resultados mostram que os profissionais da indústria da beleza anteciparam os preços dos ingredientes subindo sob a nova administração.
 
A pesquisa do Cosmetics Design mostra que 53% dos leitores desta publicação preveem que os preços dos produtos de beleza e cuidados pessoais sejam mais altos durante a Gestão Trump. Um leitor justificou sobre esta questão que "as matérias primas para indústria de cosméticos vem de todo o mundo. Ele [Trump] trabalhará para fechar nossas fronteiras, o que tornará o comércio mais difícil e mais caro. Ele vai mudar os tratados e as leis já estabelecidas que facilitam boas práticas de negócios. Isto é um desastre para todas as indústrias".
 
Benefícios
 
No verão passado, quando o então presidente Barak Obama organizou o “The United State of Women Summit”, em Washington DC, duas empresas líderes mundiais de negócios de beleza voluntariamente assinaram o Equal Pay Pledge (Igualdade de remuneração). Tanto a L'Oréal como a Johnson & Johnson assinaram o compromisso de fazer todos os esforços para assegurar que homens e mulheres sejam igualmente recompensados e remunerados ​​pelo mesmo trabalho.
 
Antes de 2016 chegar ao fim, mais quatro gigantes da indústria da beleza concordaram que a igualdade de remuneração por fazer o mesmo trabalho não é apenas justo, mas também é essencial para o sucesso contínuo desta indústria. A Estée Lauder, a Nestlé, a Colgate e a The Honest Company assinaram o compromisso do Equal Pay Pledge em dezembro de 2016.
 
"Como uma empresa fundada por uma empreendedora pioneira, a Sra. Estée Lauder, estamos orgulhosos de continuar seu legado de capacitar as mulheres, apoiar as famílias e promover a igualdade", reconheceu a empresa Estée Lauder naquela época.
 
Desde a eleição, analistas da indústria disseram que os direitos das mulheres no local de trabalho são uma das principais preocupações. "É lamentável que cada vez que eu vejo uma pesquisa salarial ainda há uma diferença substancial entre o que as mulheres e os homens ganham em todos os níveis. Enquanto muitas empresas estão sendo pró-ativas sobre a promoção de mulheres em papéis de alto status, ainda não estamos sendo compensadas ​​de forma justa", disse uma profissional de desenvolvimento de produtos cosméticos (que pediu para permanecer anônima).
 
"A dedicação aos direitos das mulheres tem de vir do topo e tem de ser visível. As mulheres, afinal de contas, são nosso consumidor número um e os consumidores estão cada vez mais fieis a marcas que compartilham seus valores", acrescentou.
 
Análise
 
Nas semanas desde o dia 20 de janeiro, quando Trump e seus colegas assumiram a Casa Branca, os executivos da indústria de beleza visitaram Washington DC, o comércio internacional tornou-se incerto, a política ambiental está em jogo, os direitos humanos estão sendo ameaçados.
 
Dois executivos da indústria estão entre os líderes de negócios instrumentais definidos para se reunir com o Trump em uma base regular, presumivelmente para informar a política que vai melhorar os negócios – na medida em que inclui cosméticos e cuidados pessoais – neste país. A primeira dessas reuniões foi "produtiva", como disse o CEO da J&J, Alex Gorsky, e uma discussão sobre "as questões críticas da criação de emprego, imposto corporativo e reforma regulatória”.
 
Os EUA têm desfrutado há muito tempo de relações comerciais amigáveis ​​com países em todo o mundo. No futuro isso pode não ser o caso. Depois de um único e simples telefonema, as relações com a Austrália são muito menos confiáveis ​​do que o habitual. Os países e as empresas ficam se perguntando: “As negociações de ingredientes de cosméticos e cuidados pessoais serão desfeitos na Era Trump?”
 
Não demorou muito tempo depois da eleição que os grandes da Indústria de Beleza se encontraram com Trump e líderes em todo o mundo, em um esforço para garantir que o bem estar do meio ambiente seja mantido pela política do governo.
 
Em uma carta aberta, pedindo aos líderes para apoiarem o Acordo Climático de Paris, empresas como L'Oréal e Unilever pediram a garantia de que uma economia de baixo carbono seja uma prioridade e que o aumento da temperatura global seja minimizado.
 
A carta não parece ter surtido muito efeito até agora.
 
Como o destino teria, a Indústria de Beleza está no caminho de ser uma vítima do efeito Trump. Aumentar os níveis de incerteza e estresse do consumidor em conjunto com a disparidade de renda institucionalizada já está tendo um impacto no setor.  Já há mudanças em como as marcas se posicionam no mercado e como elas se envolvem com os consumidores em resposta ao novo clima político.
 
Fonte: Cosmetics Design