Vem caminhando nos Estados Unidos há muitos anos, um projeto de proibição das esferas de polietileno em Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Até o momento 9 Estados já proibiram o uso e o texto caminha para aprovação nacional. Sabemos bem o que isso significa, pois já vimos esse filme algumas vezes. As esferas de polietileno, ou microplásticos, serão proibidas em todo o mundo e o Brasil vai caminhar lentamente nesse sentido, vamos ter momentos de tensão e expectativa, pois o mercado ficará repleto de oferta e o custo desses ingredientes vai despencar (imagina, tem um ingrediente baratíssimo para incluir na sua fórmula, já pensou?), todos vão lançar produtos com esses ingredientes e quando forem proibido todos terão que retrabalhar para retirar esses microplásticos de seus produtos. OK, concordo que meu cenário foi bem apocalíptico, mas a minha visão disso tudo é, na verdade, bastante integrada. Esses ingredientes estão sendo proibidos por causa de seu impacto ambiental – e isso não é conversa de ecologista.
Os microplásticos são partículas poliméricas sintéticas cujo tamanho varia entre 1 e 5 milímetros. A maioria são microesferas de polietileno, mas também podem ser de polipropileno. Devido ao seu tamanho, esses microplásticos são capazes de passar pelo sistema de filtragem das plantas industriais e são despejados no meio ambiente, poluindo as águas. A preocupação maior é que eles são capazes de impactar toda a cadeia alimentar, pois são ingeridos por peixes e outros animais marinhos.
Esses ingredientes são eram muito utilizados como agentes esfoliantes físicos em produtos esfoliantes. Por essa razão, a tendência atual entre os fabricantes de cosméticos é a movimentação natural para as alternativas biodegradáveis.
Como já mencionado, as esferas de polietileno já foram proibidas em parte dos Estados Unidos. Lá, os fabricantes de cosméticos terão até janeiro de 2018 para se adaptarem à nova norma. Em Julho de 2015 o Canadá anunciou a intenção de também banir esses microplásticos e na União Europeia há uma recomendação de descontinuar o seu uso.
E no Brasil, quando vamos nos posicionar? Nós já possuímos alternativas biodegradáveis sendo oferecidas pelos fornecedores por aqui. Prefira elas. Já se antecipe e substitua as esferas plásticas em seus produtos, não espero ser proibido ou seu produto ser barrado em uma exportação. Só vamos fazer bem a todos, fabricantes, fornecedores, consumidores e meio-ambiente. Algumas empresas globais já declararam seus planos para eliminar microplásticos de seus produtos (ou mesmo já os eliminaram), tais como Unilever, Procter & Gamble, Johnson & Johnson, Beiesdorf, Colgate-Palmolive e L’Oréal.